AGRONEGÓCIO

Tecnologia pioneira converte óleo de destilação em combustível de avião

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), desenvolveram uma tecnologia pioneira que converte o óleo de destilação do etanol de milho (DCO) em combustíveis renováveis, como bioquerosene para aviação e diesel verde. O estudo, publicado na revista Nature Communications, detalha a descoberta de uma enzima natural capaz de transformar o DCO em hidrocarbonetos semelhantes aos obtidos nas refinarias de petróleo.

A enzima identificada pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) do CNPEM destaca-se por sua alta eficiência e resistência a temperaturas elevadas, permitindo sua aplicação direta no processamento do DCO, um coproduto da produção de etanol de milho que atualmente possui uso comercial limitado. “O grande desafio era encontrar uma enzima que pudesse trabalhar diretamente com materiais brutos e variados, como subprodutos industriais. Conseguimos identificar essa enzima e entender seu modo de ação, tornando-a extremamente eficiente para atuar no DCO”, explica a pesquisadora Letícia Zanphorlin, líder do estudo.

Em 2023, as indústrias brasileiras de etanol de milho produziram aproximadamente 145.700 toneladas de DCO, enquanto a produção global alcançou cerca de 4,3 milhões de toneladas anuais. A nova tecnologia não só agrega valor à cadeia produtiva do milho, mas também contribui para a sustentabilidade do setor, oferecendo uma destinação nobre a um subproduto antes subutilizado. “Essa cadeia gera etanol, DDGS (ração animal) e agora o óleo residual pode ser convertido em SAF (combustível sustentável para aviação)”, destaca Zanphorlin.

Leia Também:  Alunas do Curso Técnico em Florestas buscam capacitação para acompanhar crescente do mercado no leste de MS

A demanda por combustíveis sustentáveis na aviação tem crescido significativamente. Estimativas indicam que, em 2025, serão necessários 7,9 bilhões de litros de SAF para atender a 2% da demanda global de combustível de aviação, com projeções de aumento para 449 bilhões de litros até 2050.

Nesse contexto, o Brasil possui potencial para se tornar um dos principais produtores mundiais de SAF, graças à disponibilidade de matérias-primas e ao avanço tecnológico.

A descoberta do CNPEM representa um avanço significativo rumo à sustentabilidade na aviação, oferecendo uma alternativa viável aos combustíveis fósseis e fortalecendo a posição do agronegócio brasileiro no cenário energético global.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

AGRONEGÓCIO

Brasil habilita primeiros estabelecimentos para exportação de DDGs e sorgo à China

O Brasil conquistou a habilitação dos primeiros cinco estabelecimentos para exportação de DDG/DDGs (grãos secos de destilaria) e de 10 unidades para exportar sorgo à China. A autorização fortalece a relação comercial com o principal parceiro do agronegócio brasileiro e abre novas oportunidades para o setor de sorgo e para a indústria de etanol de milho.

A medida decorre da assinatura do Protocolo Fitossanitário do sorgo (novembro de 2024) e do Protocolo de Proteínas e Grãos Derivados da Indústria do Etanol de Milho (maio de 2025), além da conclusão dos modelos de certificado fitossanitário acordados entre as autoridades dos dois países.

No caso do sorgo, a região Centro-Oeste responde por mais de 60% da produção nacional. Em 2024, segundo o IBGE, o Brasil produziu mais de 4 milhões de toneladas, das quais 178,4 mil toneladas (4%) foram exportadas. Foram habilitadas quatro unidades no Mato Grosso, quatro em Minas Gerais, uma em Rondônia e uma na Bahia. A China é responsável por mais de 80% das importações globais de sorgo, que somaram mais de US$ 2,6 bilhões no último ano.

Leia Também:  Gripe aviária continua avançando no Brasil

Quanto ao DDG, coproduto do processamento de milho para etanol, o Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo e exportou cerca de 791 mil toneladas do insumo em 2024. A nova autorização contempla quatro unidades no Mato Grosso e uma no Mato Grosso do Sul. No mesmo período, a China importou mais de US$ 66 milhões desse produto.

Com as habilitações, o Brasil passa a contar com um canal regular de embarques para o maior importador global de grãos e insumos para ração animal, ampliando a previsibilidade dos contratos e criando espaço para o aumento do volume exportado nas próximas safras.

O resultado é fruto de um trabalho coordenado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Adidância Agrícola e a Embaixada do Brasil em Pequim, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o setor privado, em alinhamento com as exigências técnicas estabelecidas pelas autoridades chinesas.

A China segue como principal destino das exportações agropecuárias brasileiras: em 2024, o país importou mais de US$ 49,6 bilhões em produtos do agro nacional.

Leia Também:  Alunas do Curso Técnico em Florestas buscam capacitação para acompanhar crescente do mercado no leste de MS

Além do impacto econômico, as habilitações reforçam a agenda de sustentabilidade do Brasil. A exportação de coprodutos do agronegócio, como o DDG, promove a economia circular, ao transformar resíduos industriais em insumos valorizados pela indústria global.

Informação à imprensa
[email protected]

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

política mt

mato grosso

policial

PICANTES

MAIS LIDAS DA SEMANA